Na psicoterapia, são contadas muitas histórias que temos dentro de nós, e é justamente recontando algumas delas que um sentido diferente pode ser alcançado.
Histórias difíceis são partilhadas, rememoradas, muitas vezes nunca contadas antes.
O ser humano precisa, além de muitas outras coisas, de legitimação e pertencimento:
Ser legitimado significa ser validado, reconhecido, ser aceito, ser acolhido.
Ter pertencimento significa se vincular, se sentir interessante, importante para alguém, ter uma ligação.
Todos precisamos de troca, de vínculo e de acolhida.
Então, eu tenho que me importar com o que está sendo contado? Sim!
Eu posso rir, gargalhar junto com meu paciente e fazer piada? Claro! (nem saberia como fazer diferente….)
Eu posso me emocionar com o que está sendo contado? Sim! Afinal, eu sou humana!
Como alguém vai contar algo importante e doloroso para mim, muitas vezes cenas traumáticas, e eu seguir com a mesma cara “de paisagem”?
Mas, Marina, e a neutralidade do psicoterapeuta onde fica? Estar neutro não significa estar apático e isentar-se do que quer que seja, mas sim suportar o que causa aversão e questionar o que causa atração. A neutralidade tem a ver com não fazer julgamentos, levantar moralidades, opiniões pessoais ou juízos de valor… Essas questões não cabem dentro de uma sessão de terapia.
Acolher, dar suporte, fortalecer, festejar as conquistas juntos. Em algum momento a pessoa que buscou a minha ajuda como psicoterapeuta terá desenvolvido ferramentas internas mais fortes para o enfrentamento de suas dores… sem precisar mais dessa ajuda.
Seguirá com suas cicatrizes, mas sem os sofrimentos agudos e paralisantes.
E cabe aqui ressaltar que sempre restará um sofrimento irredutível, pois viver sem sofrimento, não é viver.
Com carinho ♡
Marina Vidal
Psicóloga
CRP 07/37839