COMO INTERPRETAR O CORPO NA PSICANÁLISE?

Nessa primeira abordagem é preciso entender o que é o corpo e que de que corpo se fala e trata em psicanálise. Na psicanálise o corpo não é só um meio de expressão ou um suporte para de manifestar coisas. O corpo e a palavra se completam e ao mesmo tempo estão presos entre si e em si mesmos. O corpo psíquico se manifesta no corpo físico por meio das palavras e gestos, ou seja, por meio da imagem. Assim, as doenças psíquicas se manifestam no corpo físico como expressão do adoecimento mental, um desencadeamento psicossomático. O corpo na psicanálise é uma combinatória de relações, “parte de um referencial físico/concreto, alvo dos traumas, e é deslocado para o universo fantasmático, associado ao corpo pulsional, entre o soma e o psíquico, lugar de inscrição de fantasias mas, que é também, lugar do que não se inscreve no psiquismo, algo que permanece como pura intensidade” (COUTINHO, 2008).

Freud, ao articular uma teoria da sexualidade, inicia uma verdadeira revolução na concepção de corpo, revolução esta que, se estruturando a partir do corpo Soma, corpo biológico, corpo da pura necessidade, vai desembocar na noção de corpo erógeno, inserido na linguagem, na memória, na significação e na representação, ou seja, corpo próprio da psicanálise.

O aqui retratado e estudo é corpo que a Psicanálise conceitua como receptáculo, erógeno, simbolizado, discursivo, subjetivado, o corpo de um sujeito. Para constituir o corpo, a criança “deve percorrer um longo caminho construído por proibições, leis, imagens e desejos.” (Levin, 1995, p.75).

É fundamental, de início, situar a importância da entrada e atravessamento da linguagem no corpo. Antes mesmo de nascer o corpo e a mente do bebê se alimentam das emoções, sentimentos e palavras dos pais, sejam elas positivas ou negativas, boas ou ruins. Antes do seu nascimento já é criado um corpo simbólico que será carregado pelo discurso, emoções de sentimentos dos pais. São planejados um nome e um espaço, cria-se expectativas acerca do sexo, do nascimento do filho e o que acontecerá com ele depois do nascimento.

Após o nascimento, a mãe ou outro que cumpra a função materna por meio da linguagem vai nomear, mapear e simbolizar o corpo do bebê, dando nomes a cada parte do corpo, levando-o da passagem do corpo biológico ao corpo humano, real, tornando-o legítimo. Assim, a mãe deixa marcas no corpo do bebê, marcas simbólicas que ficarão no inconsciente e que irão, junto com outros aspectos, fazendo parte da constituição do corpo e do sujeito.  

Ainda segundo Coutinho (2008)

O corpo que interessa à psicanálise é um corpo vivo, atravessado desde sempre pelo Outro. Um corpo marcado pelo desejo do Outro antes mesmo do nascimento e que depende de seu cuidado e investimento para subsistir biologicamente. É também através do contato com o outro que nosso corpo entra no circuito pulsional, corpo que é, portanto, matriz do inconsciente, corpo narcísico, referido à organização egóica que depende do olhar do outro para se constituir, é também corpo relacional que recebe as impressões sensoriais, impressões sutis (COUTINHO, 2008).

 

As marcas deixadas por esse corpo vão se transformando num corpo erógeno e simbólico – onde são expressas as necessidades e desejos. E é pela instauração da falta que vai se criar a possibilidade de surgir o desejo do sujeito, ela é constitutiva. A criança não reconhece o corpo como unidade, mas a imagem que tem. Ela enxerga por meio da imagem materna, a imagem não pertence propriamente a criança, mas é esta que permite a ideia de unidade, de um corpo inteiro. Lacan chama essa fase de identificação da própria imago de Estádio do Espelho.

Para Lacan (1999) a constituição do sujeito estrutura-se a partir de três registros que se articulam, Real, Simbólico e Imaginário. O Real difere-se da realidade, ele não depende dos outros registros, existe por si mesmo. É o campo daquilo que não é nomeável, que escapa à simbolização, não pode ser descrito. O sujeito não tem domínio completo sobre ele, escapa ao nosso desejo e poder. O campo do imaginário envolve tudo aquilo que tem a ver com as imagens, fantasias, o que é inscrito e registrado através da imagem fica no imaginário. É no Estádio do Espelho que ele começa a se estruturar. Já o simbólico se refere ao campo da linguagem. Tudo que é apresentado ao sujeito desde bebê por estar na linguagem é apropriado pelo simbólico, por ter um significado e representar algo entram numa cadeia de significantes. Um significante representa um sujeito para outro significante, há um significante que inaugura a cadeia e este só pode ser entendido quando o outro dá significação.

Assim, as realidades para o bebê é uma construção das palavras e da imagem. É pelo estádio do espelho que a imagem de unidade do corpo é apropriada pelo sujeito.  No Estádio do Espelho, a partir do momento que a criança se identifica com sua imagem e pode ser una é que pode se fazer uma diferenciação entre o seu corpo e o corpo da mãe, a criança começa a perceber que ela e a mãe não são uma unidade, são separadas.

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