Divórcio: uma breve palavrinha sobre os filhos!
O casamento pode chegar ao fim, mas, a parentalidade (papel de educar crianças ou adolescentes) só termina quando os filhos se tornam adultos. Ao mesmo tempo, esta responsabilidade não cabe apenas a uma pessoa – salvo em casos de morte ou desaparecimento de um dos progenitores e quando alguém realiza a adoção sozinho (a) – e, por isso, com ou sem divórcio, o desenvolvimento deste papel precisa ser considerado assim como a “co-parentalidade”, que se trata do apoio mútuo entre os responsáveis pela educação dos filhos e é uma habilidade necessária em todos os contextos familiares.
Por definição, no processo do ciclo de vida da família, o divórcio é uma das crises “impredizíveis” que causa transformações intensas não apenas nos membros do casal, mas em todos os familiares, parentes, amigos e, obviamente, nos filhos (Carter & McGoldrick, 1995).
Sendo assim, os impactos serão inevitáveis! Se para o mal ou para o bem, é algo que será possível verificar com o passar do tempo, mas, a qualidade com que a transição do divórcio for manejada por seus atores principais, o casal, será um fator determinante sobre os resultados. Atualmente, sabe-se que existem fases que foram identificadas em décadas de estudos por diversos clínicos e pesquisadores(as), assim como tarefas e desafios bem claros que devem ser compreendidas pelos adultos envolvidos neste processo familiar (Carter & McGoldrick, 1995).
O que considero irônico é que as competências e habilidades necessárias, que podem minimizar ao máximo as consequências negativas das perdas e danos durante um processo de divórcio, são justamente as mais importantes para se promover a qualidade do relacionamento no casamento. Refiro-me à comunicação, flexibilidade e coesão do casal, como sugere o modelo circumplexo de Olson (1979).
Luis Antonio Silva Bernardo
Psicólogo CRP 19/004142