A sociedade é composta por indivíduos de todas as idades e deveria ser normal que cada um pudesse aproveitar a vida de acordo com decisões e possibilidades próprias, independente da idade. Porém, essa não é a realidade das pessoas velhas. Alguns comportamentos que são bem aceitos socialmente quando se trata de uma pessoa jovem, tendem a ser mal recebidos ou sequer reconhecidos como uma possibilidade para os mais velhos. Muitas vezes, são julgados como “falta de educação, coisa da idade, falta do que fazer, irresponsabilidade, pouca vergonha, uma forma de chamar a atenção”, entre muitos outros. Diversos são os exemplos: pegar ônibus pela manhã, sair com amigas e amigos, namorar, esquecer o que ia dizer ou fazer, ter vida sexual ativa, manter um estilo próprio, expressar descontentamento resmungando, praticar exercícios diariamente, fazer outra coisa ao invés de cuidar de uma criança, precisar de mais tempo para aprender algo, etc… E isso pode ser constatado diariamente, não é preciso ir muito longe.
Mas nem todo comportamento de uma pessoa velha é só por causa da idade e, se for, não necessariamente vai acontecer igual com todas as pessoas quando elas chegarem nessa fase da vida. Então, o que faz com que muitos acreditem e disseminem que a velhice é um fator limitante nesse sentido?
Socializar faz parte da vida de todo ser humano e, quando falamos de pessoas idosas, se faz ainda mais necessário, pois manter uma rede de apoio, seja formal ou informal, permite que essa pessoa desenvolva e fortaleça vínculos, externalize emoções, receba um feedback em relação ao que está acontecendo agora, se identifique com um grupo, crie novas possibilidades, ressignifique as próprias experiências e, também, se sinta cuidada e acolhida. Isso é cuidar da saúde mental.
Por isso, deixo aqui um convite para reflexão.